quarta-feira, 29 de julho de 2009

Sem tempo...

Quando se acorda às 6h00 da manhã, esta-se um dia inteiro a trabalhar com 10 "diabos" (pois é mesmo isto o que eles parecem) de apenas 3 anos de idade. Chega-se a casa sem força para mais nada, nem mesmo para escrever... O ritmo da vida real perdeu-se no tempo...

domingo, 19 de julho de 2009

TERRAKOTA...


Como é bom ver que afinal também conseguimos exportar coisas de qualidade. Como é bom ver que podemos ser conhecidos não somente como o povinho atrasado da ponta da Europa...

Desde que vivo na Bélgica já ouvi um pouco de tudo a respeito dos portugueses e de Portugal. Primeiro de tudo sempre que digo que falo português, recebo um grande sorriso e sempre a mesma pergunta mas com um tom de afirmação. "És brasileira?" Quando respondo que sou portuguesa, vejo sempre um sorriso que se esmurece...
Vou ouvindo, que somos muito arrogantes, broncos, quase terceiro mundo.
Que estamos bastante atrasados em relação à Europa, que fazemos parte de Espanha (isto ouvi de alguém do Chile). "Portugal ? Sim, falam espanhol". Que eu não sou bem o tipo de português que tem memória, que esse tipo vem sempre colado às mulheres da limpeza. "Portugal? Sim o país do Cristiano Ronaldo". Que o presidente da comissão europeia é português e que por sinal está a fazer um mau trabalho...
Mas bom, também há quem conheça Madredeus, Mariza, a eterna Amália, e não há quem tenha visitado Lisboa que não diga que é uma belíssima cidade.
E ao contrário do que pensava não são muitos os fãs do nosso vinho (talvez porque o que se encontra aqui seja diferente do que se vende em Portugal) preferem o vinho espanhol. O que se vende mais é o Mateus, considerado como vinho barato por isso mercado exclusivo dos estudantes. Conhecem o vinho do porto mas também não são grandes consumidores e quanto à gastronomia consideram-na básica, sem o mínimo de requinte... E é mais ou menos isto que tenho tentado desde que vivo aqui convencê-los do contrário como portuguesa orgulhosa que sou...

Isto tudo para dizer que fiquei bastante contente ao ver os Terrakota já pela segunda vez na Bélgica. O ano passado no festival Esperança (http://www.esperanzah.be/), e este ano nas festas da cidade onde vivo, Gent (http://www.gentsefeesten.be/eCache/DEF/1/495.html).

Parabéns aos Terrakota estão a fazer um excelente trabalho.

sábado, 4 de julho de 2009

Depois de 13 meses...


Recomeçar a trabalhar depois de pouco mais de um ano em casa.
Acordar cedo, acordar bem cedo ao som não do choro do bébe mas ao som do despertador. Olho, e torno a olhar e não tocou cedo de mais são 6h00. Lá fora já é dia e felizmente promete ter sol. Promete esconder o céu cinzento, e o frio que já me habituei nesta terra a norte de Portugal.
No comboio nada mudou a não ser os 20euros a mais no passe. Chegada a Bruxelas encontro no corredor até ao metro o mesmo senhor com as suas calças de fazenda, uma camisa apertada até ao colarinho, o mesmo bigode completamente fora de moda a segurar o mesmo copo de plástico na esperança que alguém lhe coloque dentro uma moeda. A mesma mulher que toca violino, com o mesmo cão deitado em cima de uma manta, com o mesmo letreiro que diz que também aceita cheques refeição. Quase a chegar ao metro a mesma velha, agora um pouco mais velha, um pouco mais pálida, sentada no mesmo lugar com os mesmos dois copos de plástico. Um com o seu café e outro para as moedas.
Já no metro o mesmo funcionário que junto à linha amarela diz quando já chega de gente dentro do metro, repetindo as mesmas palavras " atention, a la fermeture des portes". As mesmas três estações distanciam-me do destino, Schuman, a zona de concentração dos edifícios da comissão europeia que continuam iguais.
Os mesmos cheiros nas ruas, as mesmas pessoas na manhã com um ar quase que diria um pouco zangadas com a vida, e no fim do dia com um ar cansado e sobretudo apressado para chegar a casa. Jantar, ligar a TV, ir dormir e de novo recomeçar. Coitados, coitados de todos nós ...